Hoje
(02) precisei entrar numa agência bancária ali na Conselheiro Franco. Coisa
rápida: uns poucos minutos para utilizar um dos terminais de caixa eletrônico.
O tempo foi suficiente, porém, para perceber a quantidade de pessoas
aglomeradas dentro da agência. Num canto, numa fila extensa, amontoavam-se
dezenas de clientes, sem grandes preocupações com a Covid-19, em alguns casos;
noutros percebia-se o esforço para manter cuidados e distanciamento, sem grande
sucesso.
Pelas
calçadas da Feira de Santana o movimento não era menor. Gente para lá, para cá,
sem a precaução de manter o distanciamento. É necessário ser justo, no entanto:
a maioria usava máscara, embora muitos ostentem o equipamento frouxo, de tanto
puxá-lo para o queixo. Outros não estão nem aí: desfilam sem nenhuma proteção,
indiferentes à Covid-19.
É
visível que há cada vez mais pessoas pelas ruas. E é notório que todo esse
movimento favorece a proliferação do vírus, conforme já alertaram incontáveis
infectologistas em infinitas entrevistas. Não é à toa que, por aqui, os números
da pandemia – a exemplo da quantidade de infectados – permanecem alarmantes.
Quase
1% da população da Feira de Santana está com a Covid-19 hoje. É isso mesmo: no
momento, quase um em cada 100 feirenses tem a doença. É bom ressaltar que o
número é oficial, da Secretaria Municipal de Saúde. O boletim de hoje (02)
crava exatos 5.713 casos ativos. Estimativa do IBGE aponta que há, no
município, pouco mais de 600 mil habitantes.
O
cenário, obviamente, se reflete na quantidade de óbitos. No cálculo da
Secretaria Municipal de Saúde, já morreram 732 pessoas. Tudo indica, porém, que
a situação é bem pior: a Central de Informações de Registro Civil – CRC
Nacional aponta 863 óbitos suspeitos ou confirmados de Covid-19 na Feira de
Santana. No momento há, internadas, 152 pessoas, muitas em Unidades de Terapia
Intensa, as UTI.
Não
é difícil deduzir que, com o clima de normalidade aí no ar, provavelmente os
números vão permanecer bem elevados nos próximos meses. A única solução é a
vacinação em massa da população. Mas isso está atravancado porque Jair
Bolsonaro, o “mito”, desdenhou a oferta de imunizantes ao longo do ano passado.
O desdobramento – em mortes e sofrimento para tanta gente – está o tempo todo à
vista no noticiário.
Insatisfeitos,
muito foram às ruas sábado manifestar-se contra o somatório de horrores aí na
praça. Essas aglomerações são temerárias, mas compreensíveis: está difícil
suportar a indigência e o descaso no Planalto Central. Promover a morte parece
ser o que move certos figurões da República que aparecem o tempo todo no
noticiário.
Mas,
felizmente, a maior parte da população deseja sobreviver, tocar a vida e ser
feliz, quando for possível, de novo.
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