O
Ensino Médio se tornou destaque no noticiário a partir da
polêmica proposta de reforma aprovada no Congresso Nacional. O governo alardeia
que, com a reforma, o ensino vai melhorar. Muita gente acha que não, inclusive
profissionais da educação. Não há dúvidas que o Ensino Médio precisa melhorar
muito no Brasil. E, aqui na Feira de Santana, essa realidade não é diferente.
Dados
do Censo Escolar, realizado pelo Ministério da Educação, ajudam a dimensionar o
drama. Os números utilizados na comparação referem-se aos anos de 2005 e 2015 e
estão disponíveis no site do IBGE. Qualquer análise superficial permite inferir
que a situação, de fato, precisa mudar.
Logo
de imediato, percebe-se que o número de matrículas encolhe no município: eram
27,3 mil em 2005 e recuaram para pouco mais de 22 mil dez anos depois. No
ensino privado, houve leve elevação: foi de 3,1 mil para 3,2 mil.
A
redução mais sensível, pra variar, aconteceu na rede estadual, responsável exclusiva
pela oferta desse serviço. Ocorreram, em 2005, 24,1 mil matrículas, que caíram para
18,4 mil após uma década. No intervalo, o Instituto Federal da Bahia (Ifba)
entrou em operação. Em 2015, lá, havia 267 alunos.
Curiosamente,
o número de escolas se ampliou: passou de 59 para 74, no total. As escolas
privadas passaram de 16 para 22; as estaduais, de 43 para 51; e o já mencionado
Ifba começou a funcionar como instituição federal.
Também
houve ampliação do quadro docente: pulou, no total, de 1.503 para 1.752. Houve
expansão no número de profissionais nas esferas pública e privada: de 273 para
307 na rede privada; de 1.230 para 1.416 na rede estadual; e, no Ifba, foram
contabilizados 29 professores.
Dados
adicionais do IBGE oferecem um panorama mais preciso sobre o Ensino Médio na
Feira de Santana. O acesso – a frequência bruta – até aproxima-se do razoável: era
de 83,6% em 2000 e saltou para 86,7% uma década depois; o desastre está na
frequência líquida – quando se abate a evasão, por exemplo – apesar de haver
algum avanço: era 26,2% em 2000 e passou a 43% em 2010.
É
possível que, nos últimos anos, até tenham ocorrido melhoras em relação à
frequência líquida. Mas, com certeza, ainda estão muito aquém do necessário
para garantir a presença dos adolescentes nas escolas.
O
que provocou a redução no número de matriculados no Ensino Médio? Até onde vai
a influência do fator demográfico? Será que a educação ofertada nos moldes
atuais não afugenta o aluno da escola? São algumas das questões que precisam
ser respondidas para que, efetivamente, adolescentes e jovens permaneçam na
escola, com aproveitamento satisfatório.
As
alegadas virtudes do modelo aprovado pelo emedebismo essa semana são
questionadas. E contesta-se, sobretudo, o açodamento na elaboração e na própria
tramitação. A conferir se, nos próximos anos, as estatísticas sinalizarão para
melhoras aqui na Feira de Santana.
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