Sempre que penso nos festejos juninos, lembro do Centro de Abastecimento da minha infância, nos anos 1980. À época, o entreposto era destino obrigatório no 23 de junho, véspera de São João. Para ele o feirense acorria, lá abastecia-se para o tradicional festejo, tipicamente nordestino. Corredores e escadarias eram avidamente disputados pelos consumidores. Naquele tempo, a cultura da feira-livre era mais sólida, mais arraigada. Supermercados, mercadinhos e suas conveniências não encantavam o feirense, ainda muito vinculado aos hábitos rurais. Intuía-se a multidão desde antes dos limites do entreposto. Velhos ônibus, paus-de-arara, carroças, bicicletas, motos, utilitários e automóveis disputavam os estacionamentos das cercanias. Afora a ruidosa multidão de pedestres. Garoto, encantava-me com aquela agitação – movida por uma sensação festiva – que se renovava a cada ano. O São João era aguardado com ansiedade. A ânsia mercantil impunha o caos ao setor atacadista, eriçando até seus p