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Cai ritmo de geração de empregos



              
    Depois de vários anos com taxas robustas de expansão do emprego, o ritmo de geração de postos formais arrefeceu em Feira de Santana nos primeiros dez meses de 2014. Entre janeiro e outubro, de acordo com dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o saldo entre admissões e demissões não ficou além de exatas 399 novas vagas, o que representa pouco em relação ao histórico recente do município e quase nada diante das necessidades dos trabalhadores locais.
                Ao longo dos dez primeiros meses do ano aconteceram 45,6 mil admissões e 45,2 mil demissões. Em relação às contratações de trabalhadores, duas funções se destacaram no intervalo: para auxiliar de escritório foram gerados 402 postos e para operador de telemarketing 348 oportunidades. Note-se que esses números resultam do saldo entre admissões e demissões, conforme já mencionado.
                No extremo oposto, a função com maior enxugamento de empregos foi montador de equipamentos elétricos: 536 postos a menos no mesmo período. Na construção civil o baque foi similar: na função de pedreiro, houve saldo negativo de 250 postos. E os serventes de pedreiro, por sua vez, perderam 159 postos, no saldo entre admissões e demissões.
                Os números atestam que o ritmo da construção civil, de fato, vem arrefecendo no município, conforme já se cogitava. Em alguma medida o refluxo é natural, já que o vertiginoso impulso dos últimos anos, em algum momento, perderia ímpeto. O problema é quando o declínio num determinado setor não é compensado pelo crescimento noutros segmentos, como aparenta vir acontecendo.
                Números
                A geração de apenas 399 empregos destoa da tendência dos últimos anos na Feira de Santana, mesmo durante a gestão Dilma Rousseff, a cujo mandato se atribui a perda do dinamismo da economia brasileira: em 2013, por exemplo, foram 3.069 novos empregos; em 2012, bem mais: 6.874; e, em 2011, o pior ano do mandato até então, foram 2.148 novas vagas. Esses números retratam os períodos de janeiro a outubro, para efeito de comparação com 2014.
                Pode-se deduzir, portanto, que 2014 representa o desempenho mais modesto da série, em termos de geração de emprego. O que converge com o desempenho apurado da economia brasileira até aqui, com Produto Interno Bruto (PIB) oscilando em patamar inferior a 1% e com queda acentuada na expansão de postos de trabalho.
                Não foi à toa que, na campanha presidencial, a oposição repisou impiedosamente os números da economia, atribuindo-os apenas à imperícia da presidente Dilma Rousseff. Caso a oposição ganhasse – vendeu-se a propaganda – a situação melhoraria rapidamente, já que o cenário externo não é adverso. Não é bem assim.
                Recessão
                A imprensa internacional aponta para o risco de recessão em duas das mais importantes economias do mundo: a Alemanha – principal motor da Zona do Euro – e a Inglaterra, uma das principais potências europeias. Ambas não constituem exceção: apenas confirmam a tendência de aperto para 2015. Quem também baqueia na Europa é a França, segunda maior economia do continente.
                No geral, estima-se que a economia mundial vai crescer menos, porque as economias de países emergentes como o Brasil, a Índia, a China e a Rússia não devem crescer aquilo que se estimava ao longo do ano. Fala-se, inclusive, no recrudescimento da crise que pipocou em 2008 e, até hoje, assombra as economias dos países mais ricos.
                  Caso esses prognósticos sombrios se confirmem, os reflexos sobre a economia brasileira serão inevitáveis, o que vai se refletir também sobre a geração de empregos. Assim, o ano de 2014, já duro para o trabalhador feirense, pode ser sucedido por um período ainda mais amargo. Resta torcer para que, finalmente, a economia volte a entrar nos eixos...

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