O
número de estudantes no Ensino Médio em Feira de Santana vem se reduzindo ao
longo dos últimos anos. Por outro lado, o ensino privado vem se expandindo
desde 2007 e o número de professores também está aumentando, o que ajuda a
reduzir a quantidade de alunos por docente nas redes pública e privada. Há mais
escolas no município, inclusive uma instituição federal – o Ifba – o que se
reflete a ampliação no acesso à educação. Essas informações são do Ministério
da Educação, estão disponíveis no site do IBGE e exigem análise dos
formuladores de políticas para o setor.
Conforme
apontado, o número de estudantes no Ensino Médio, no município, vem se
reduzindo desde 2007. O levantamento, efetuado a cada dois anos pelo Ministério
da Educação, aponta que, há sete anos, havia 24,1 mil estudantes matriculados
nas escolas feirenses. Dois anos depois, esse número começou a cair: atingiu
22,5 mil em 2009 e, em 2012, data dos números mais atualizados, não passou de
21,1 mil.
Porém,
o número de estudantes na rede privada vem crescendo: eram 2,6 mil em 2007 e,
em 2012, já eram 3.058. Na rede pública a tendência foi oposta: eram 21,4 mil
em 2007, passaram a 19,8 mil dois anos depois e encerraram a série, já em 2012,
com apenas 17,8 mil estudantes matriculados.
Em
parte, a explicação é a queda acentuada da população juvenil – com idade até 14
anos – nas últimas duas décadas: de 37,6%, em 1991, declinou para 24,1%
dezenove anos depois, em 2010. Mas, apesar da queda, o acesso ao Ensino Médio se
ampliou entre 2000 e 2010: de 83,6% passou para 86,7% no intervalo.
Mais estrutura
A
educação privada vem se ampliando a passos largos. No total, havia 60 unidades
escolares em 2007, saltando para 70 cinco anos depois. A rede particular passou
de 14 para 20 unidades; e a rede estadual experimentou avanço mais modesto: foi
de 46 para 49. Há, também, uma instituição federal de Ensino Médio em
funcionamento no município, o que não havia em meados da década passada.
Também
cresceu o número de professores: passou de 1,2 mil para mais de 1,5 mil. Nesse
item, destaque para a rede estadual, que cresceu de 1.039 para 1.311. A
oscilação na rede privada foi mais modesta, mesmo com o crescimento no número
de escolas: passou de 196 em 2007 para 265 cinco anos depois.
O
número médio de alunos por professor tem diminuído: era 13,7 em 2007 e passou
para 11,5 em 2012, na rede privada. Na rede pública, o avanço médio foi mais
expressivo: passou de 20,67 para 13,65 no mesmo intervalo. Nota-se, portanto,
que pelo menos nesse item os dois sistemas funcionam sob padrões semelhantes.
Interpretação
Embora
relativamente positivos, os números na rede pública não podem ser analisados
sem a devida contextualização. A redução na média de alunos por professor, por
exemplo, nada revela sobre o elevado absenteísmo na classe docente, que empurra
a média real para cima. Também não demonstra a elevada concentração de
profissionais na área de ciências humanas na rede pública, com visíveis
déficits na área de exatas, como química e física.
Outro
aspecto a ser considerado é que, embora o acesso seja significativo, poucos
adolescentes entre 15 e 17 anos permanecem na escola até o final do ano letivo.
A média na Feira de Santana, por exemplo, não era superior a 43% em 2010,
embora dez anos antes não passasse de 26,2%. Assim, mesmo com a matrícula
acessível, a permanência segue como um desafio.
Esses
números mostram que a educação na Bahia – particularmente o Ensino Médio –
precisa começar a ser pensada de acordo com os novos desafios que vão surgindo:
mais que acesso, é necessário pensar em permanência; mais que quantidade, é
necessário começar a trabalhar pela qualidade; mais que um registro
administrativo, o egresso do Ensino Médio deve ser encarado como alguém dotado
de qualidades e competências para enfrentar a vida verdadeira. Afora isso,
estaremos fadados a repetir as velhíssimas receitas cujo prazo de validade já
expirou.
Comentários
Postar um comentário