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Mostrando postagens de dezembro, 2010

A Igreja Senhor dos Passos restaurada

Semana passada, depois de restaurada, a Igreja Senhor dos Passos foi entregue à comunidade católica durante os festejos natalinos. Não há dúvida que o templo figura entre as principais belezas da Feira de Santana, principalmente porque as belezas arquitetônicas do município estão aos poucos desaparecendo, engolidas pela especulação imobiliária ou pela insensibilidade cultural. Quem visita a cidade pela primeira vez ou passa ocasionalmente pela avenida – e até mesmo quem reside por aqui – com certeza se encanta com a beleza da igreja cuja arquitetura destoa de tudo aquilo que habitualmente se vê na Bahia. Herdeiros dos padrões estéticos portugueses, acabamos seduzidos pelo que foge ao barroco que, mesmo belo, é quase sufocante nas ladeiras de Salvador e de boa parte do Recôncavo. Apesar de obra relativamente recente – a finalização ocorreu apenas em 1979, embora a construção tenha sido iniciada no distante ano de 1921 – a igreja possui importância inegável para a vida da cidade. Tal

Natal e Ano-Novo

Um dos mais vivos contrastes da Feira de Santana nos dias que antecedem o Natal está nas vitrines do comércio: de um lado a decoração natalina, com Papai Noel, trenós, luzes e densas camadas de uma neve artificial normalmente produzida com generosos tufos de algodão; do outro lado o calor abrasador do verão que se inicia, quase sempre implacável com os consumidores apressados. Ás vezes há um céu azul irretocável, embora predominem as nuvens, imensas e encardidas, mas que pouco colaboram para atenuar a temperatura elevada. Os contrastes, todavia, vão além da dimensão climática. Papai Noel e sua neve evocam o Natal gelado do Hemisfério Norte, onde o inverno torna as noites intermináveis e luminosidade ao longo do dia uma dádiva. Lá a noite de Natal é fria e a celebração do nascimento de Jesus Cristo nem sempre remove a gelidez dos sorrisos. A neve, que também causa transtornos, torna ainda mais longos os silêncios da madrugada. Na Bahia de tantos mistérios o povo conseguiu transforma

Há alguma verdade na cantilena pós-eleitoral

Passaram as eleições, mas a cantilena de que “a Bahia está perdendo espaço para Pernambuco e Ceará” continua. Quem cacareja são os políticos desempregados que perderam as eleições em outubro e que – à falta de coisa melhor para fazer – permanecem em campanha. Talvez já estejam antecipando 2014. Ou 2012, já que os cofres das prefeituras são menos polpudos, mas já ajudam quem sempre permaneceu no poder e agora sofre com a desidratação eleitoral. Concordo que Pernambuco e Ceará estão assumindo maior protagonismo na economia nordestina. Se todos estiverem crescendo, a notícia não é ruim: afinal, a perda de uma posição relativa não significa necessariamente que a situação absoluta está ficando pior. Se fosse assim, o emprego não estaria em expansão na Bahia e a pobreza não estaria em queda, como se verifica. Todavia, ninguém toca num aspecto essencial: Pernambuco e Ceará crescem porque, ao longo dos anos, prepararam-se para esse crescimento. Na pior das hipóteses mexeram-se, correram at

Agricultura feirense precisa de mais investimentos

É inegável que os grandes motores da economia feirense são o comércio, os serviços e a indústria, sendo que esta última se consolidou a partir dos anos 1960. A agricultura e a pecuária, que possuíram importância significativa até os anos 1950, foram decaindo e hoje representam pouco do Produto Interno Bruto (PIB) da Feira de Santana. Mesmo assim, o segmento rural contribui para o dinamismo da economia local e é responsável pela geração de emprego e renda para milhares de famílias feirenses. A importância da agricultura, particularmente da agricultura familiar, infelizmente, não se reflete no orçamento da prefeitura ao longo dos anos. Utilizando como referência dados da própria gestão municipal e empregando um recorte histórico razoavelmente significativo – desde 2004 – percebe-se que os investimentos são irrisórios, beirando o ridículo. Em 2004, o orçamento total da prefeitura – incluindo despesas com dívida pública e pessoal – era de R$ 217,4 milhões. Na agricultura for