Nos últimos 30 anos Feira de Santana viveu poucos momentos tão favoráveis para a sua economia como agora. No início da década de 1980 a cidade colhia os frutos das políticas de desconcentração industrial, sendo o único município do interior baiano a, efetivamente, consolidar um parque industrial que gerou empregos e diversificou a economia local. A crise da dívida externa, as dificuldades acarretadas pela inflação crescente e o fim do prazo dos incentivos fiscais, mais tarde, já na década de 1990, fizeram com que a economia feirense estagnasse.
No início do atual século o governo estadual mergulhou na “guerra fiscal” e alguns investimentos industriais foram retomados na Feira de Santana. O efeito dessa política, contudo, foi limitado pelo baixo crescimento econômico do país e pela restrita capacidade de geração de empregos em segmentos industriais intensivos em capital.
Nos últimos anos, porém, o Brasil sinaliza para um período de crescimento econômico sustentado, mesmo com a crise que desacelerou a economia nos primeiros meses de 2009. Uma evidência é a elevação da renda, do consumo e dos demais indicadores econômicos, a exemplo do Produto Interno Bruto (PIB).
Parte do crescimento vem sendo sustentada pela política de elevação real do salário-mínimo e pelas políticas de transferência direta de renda, como o programa Bolsa Família. O efeito é mais visível nos municípios mais pobres e do Nordeste, mas também repercute sobre cidades maiores.
Crescimento
É o caso da Feira de Santana. Cerca de um quarto da população é beneficiária do Bolsa Família e parcela expressiva dos trabalhadores recebe até um salário-mínimo. Políticas de transferência de renda e de elevação do salário-mínimo, portanto, têm impacto significativo sobre a economia local.
Quando se considera que há milhares de famílias beneficiárias desses programas nos municípios próximos, pode-se ter uma noção da importância dessas políticas para a Feira de Santana. Um termômetro é a abertura de grandes empreendimentos comerciais no município, principalmente nos últimos dois anos.
A situação pode tornar-se ainda melhor, caso iniciativas como a criação da Região Metropolitana saia do papel ou o badalado pólo logístico, que é uma promessa de muitos anos e que ainda está por se concretizar. Afinal, facilitar a mobilidade das pessoas é excelente para o comércio e os serviços feirenses.
Políticas
O dinamismo econômico, no entanto, impõe novas necessidades e o espaço urbano tem que se adequar. A Feira de Santana, por exemplo, vai precisar de uma série de melhorias em sua estrutura viária para que possa absorver os frutos do desenvolvimento que se avizinha.
Uma das necessidades que se impõe é a duplicação do Anel de Contorno ou a construção de vias expressas. Anunciada há pelo menos uma década, a duplicação do Contorno exigirá dezenas de obras complementares, como passarelas, eventuais viadutos e intervenções nos cruzamentos.
O centro da cidade precisará, também, de mudanças significativas. É necessário repensar os espaços de expansão comercial, o que inclui a construção de um camelódromo que reorganize o “Feiraguai” e modernize o Centro de Abastecimento. Articulações nesse sentido podem ser feitas entre a prefeitura e os deputados federais com base eleitoral no município, que semana passada asseguraram emendas no valor de R$ 10 milhões, conforme noticiou a imprensa.
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