Um dos desdobramentos da escalada de violência que a Bahia vive desde a última semana com o motim da Polícia Militar deve ser o rearmamento da população. No mínimo, as consagradas cenas de pessoas entregando suas armas em postos de recebimento devem sofrer um refluxo considerável. Afinal, a matança indiscriminada de mendigos, as armas apontadas contra mulheres obrigadas a descer de ônibus em avenidas movimentadas de Salvador, os saques e os arrastões e os tiros deflagrados contra agências bancárias são típicas de países mergulhados no caos que antecede os golpes de Estado. Nada mais natural, portanto, que o cidadão indefeso e acuado em casa resolva preservar o revólver que mantinha guardado no guarda-roupas e desista de contribuir para a campanha do desarmamento; outros, mais afoitos, não hesitarão em adquirir uma arma porque a barbárie dos últimos dias deixará seqüelas difíceis de serem esquecidas. Em 2005, naquela consulta