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Cerca de um terço dos feirenses enfrentam extrema pobreza

 

Se os números estiverem corretos, a Feira de Santana tem quase 1/3 de sua população em situação de extrema pobreza. É o que revelam dados divulgados pela Secretaria Nacional do Cadastro Único, a Secad, vinculada ao Ministério da Cidadania. Segundo o levantamento, 48,8 mil famílias estão nesta condição no município. Considerando-se que cada família é composta, em média, por quatro integrantes, o total corresponde a cerca de 200 mil pessoas. É quase o equivalente a um terço da população feirense, estimada pelo IBGE em 624 mil pessoas no ano passado.

Enquadra-se na extrema pobreza a família cujos integrantes, em média, dispõem de renda per capita de R$ 105 por mês. Nesse conjunto figura a parcela da população que, no dia a dia, está exposta ao flagelo da fome. Levantamento recente indica que, em fevereiro, correspondiam a 17,5 milhões de pessoas. O aumento de inscritos no CadÚnico nessa condição em relação ao ano anterior foi de 11,8%.

A quantidade de famílias em situação de pobreza – os números são da mesma Secretaria Nacional do Cadastro Único – na Feira de Santana alcança 26 mil. As famílias de baixa renda, por sua vez, perfazem um total de 38,6 mil. Contabilizando tudo, 74,7 mil famílias – ou cerca de 298,8 mil pessoas – são extremamente pobres ou pobres na Feira de Santana. É quase metade da população estimada pelo IBGE para 2021, conforme mencionado.

Quando se agrega à contabilidade as famílias de baixa renda, o total alcança 113,3 mil famílias. É muita gente: aproximadamente 453 mil pessoas, considerando-se a mesma média de quatro integrantes por família. Esse total equivale a mais de dois terços da população feirense. Integrar a classe média, portanto, é privilégio: menos de um terço dos feirenses ostenta ao menos essa condição. Cenário funesto, certamente agravado pelos desdobramentos econômicos da pandemia.

É bom lembrar que as informações foram produzidas pelo Ministério da Cidadania e referem-se ao mês de abril. São oficiais, do chamado governo de Jair Bolsonaro, o “mito”. Não podem, portanto, ser atribuídas à imprensa “comunista”, a conspirações da esquerda, aos ongueiros globalistas. Num País normal, números do gênero deveriam causar espanto, perplexidade, indignação e mobilizar os governantes para encontrar soluções.

Não é o caso do Brasil. Hoje, buscam-se culpados; Caso não se possa atribuir culpa, responsabilizam-se as vítimas; Se tudo falhar, então foi Deus quem quis assim; E pronto: passa-se o problema adiante, como num passe de mágica. Para os insatisfeitos, há as ameaças, as intimidações, as acusações de “comunismo”.

Não é à toa que, por aqui, quem mantém a sanidade, às vezes, questiona a própria sanidade...

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