Todo
dia o “mito” produz uma polêmica nova. É o seu método: sem preparo ou projeto,
vai empurrando o governo aos trombaços e encontrões, torcendo para que a
plateia não perceba. Metódico, não deixa de fornecer sua porção de ódio para as
matilhas digitais que o reverenciam, ensandecidas. Também não descuida de
favorecer a própria família, nem abdica da claque que o saúde aos gritos
histéricos de “mito, mito”, nessas solenidades à qual só comparecem seus acólitos.
É
o roteiro de um governante mesquinho e de um governo medíocre. Até aqui, a
galhofa leviana de quem considera as atrocidades que ele
vomita nos microfones como “zoeira” o tem ajudado. A própria imprensa brasileira
atenua essas barbaridades, como se não tivessem consequências. Mas tem.
Os
incêndios crescentes na Amazônia decorrem não apenas das ações hostis ao meio
ambiente, mas também das declarações aberrantes. Isso funcionou como senha para
o avanço do desmatamento. Os acólitos do “mito”, obviamente, recorrem a firulas
para contornar a realidade, reconfigurá-la. Mas isso não funciona o tempo todo.
Lá
fora, por exemplo, o cenário não é dos mais favoráveis. Protestos de chefes de
Estado e manifestações defronte a embaixadas brasileiras mostram as dimensões
alcançadas pelas imagens das queimadas. Poucas vezes o País foi tão
achincalhado no exterior. O pior é que não dá para dizer que não se ofereceram
razõesrobustas.
Obviamente,
não defendo intervenção estrangeira em território brasileiro. Mas é patente que
o País não tem política ambiental. Isso abre o flanco para as investidas e
insinuações dos europeus. Justiça seja feita, não há políticas para outras
áreas também, mas como só a população daqui sofre sem saúde e educação, isso
importa pouco para essa gente lá de fora.
É
duro constatar que a catástrofe protagonizada pelo “mito” está distante do
final. Mesmo com o desgaste agudo de sua imagem e da avaliação negativa do seu
descalabro gerencial e administrativo. Ação só se vê na destruição de direitos
trabalhistas e sociais, que vão transformar isso aqui sabe Deus no quê.
Governando
da arquibancada desde o começo, o “mito” só é célere na caça aos culpados. Indica-os
com a mesma frequência com que se abstém de suas responsabilidades. Enquanto
isso, o brasileiro médio – desempregado, com renda e declínio, sem perspectivas
de futuro – aguarda soluções que não virão do novo regime, nem do “mito”.
Mais que refutar o petê nas
eleições presidenciais do ano passado, o eleitor do “mito” fez uma opção pelo Tanatos, pela pulsão da morte.
Certamente movido pelo ódio que acumulou com tanta concupiscência durante anos.
Agora, o impasse está aí, à espera de um desfecho.
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