Depois
de longos anos de inatividade, o aeroporto da Feira de Santana foi finalmente
reaberto para pousos e decolagens há alguns dias. Há, no entanto, outras
novidades que devem ser vistas com otimismo. Uma delas é que uma companhia
aérea cogita – por enquanto, apenas cogita – operar voos comerciais no
município, algo sobre o que não se fala há muito tempo. Antiga aspiração do
feirense, pode se concretizar, caso a crise econômica mundial não se alastre e
contamine as perspectivas de crescimento para o Brasil nos próximos anos.
A
outra boa notícia é que, no orçamento que se encontra em apreciação na
Assembleia Legislativa para 2012, está prevista a aplicação de R$ 150 mil em
obras no aeroporto feirense. Aparentemente, está mantida a expectativa que o
equipamento continue a figurar entre os interesses do Estado.
Conforme
noticiou a imprensa em visita recente do vice-governador e secretário de
Infraestrutura, Otto Alencar, foram investidos R$ 1,8 milhão na requalificação
do aeroporto, adequando-o às normas da agência responsável pelo setor
aeroportuário. Foram esses investimentos que viabilizaram a reabertura do
equipamento há alguns dias.
Também
se tornou notícia a possibilidade de se conceder à iniciativa privada a
operação do terminal, o que converge com as especulações sobre o destino de
alguns aeroportos brasileiros. Na oportunidade, ressaltou-se a vocação para a
operação de cargas, embora estudos mais profundos ainda sejam necessários.
Logística
Se
as boas notícias se confirmarem, a Feira de Santana vai consolidar sua já
sólida vocação logística, incorporando mais um modal – o aeroviário – às
alternativas de escoamento de produtos e serviços. A confirmação dessa vocação
se traduz, naturalmente, em maior riqueza gerada pelo município, além de mais
postos de trabalho e elevação de renda.
As
alternativas se tornam ainda mais promissoras quando se considera que o
aeroporto de Salvador opera muito próximo do limite de sua capacidade que, em
breve, vai se esgotar. Como existem obstáculos ambientais para se pensar em
novas ampliações, a possibilidade de se recorrer a um outro aeroporto para
operações de carga, por exemplo, se tornam crescentes.
Captar
parte do tráfego de cargas para o aeroporto feirense, no entanto, exige
articulação imediata. É necessário empenho político e empresarial para que o
potencial do equipamento se traduza num projeto e que esse projeto seja
utilizado no convencimento de potenciais investidores.
Copa 2014
Embora
não seja fator determinante – já que a Feira de Santana está excluída do
circuito da Copa do Mundo de 2014 – é necessário aproveitar o boom de investimentos e de expectativas
promissoras que se desenha com a competição de futebol e atrair recursos que
ampliem e modernizem a infraestrutura da cidade. Passado o mundial, certamente
as expectativas esfriarão.
A
consolidação de uma classe média com maior número de pessoas e a expansão do
transporte aéreo no Brasil nos últimos anos colocam a Feira de Santana como
alternativa potencial para voos comerciais, pelo menos no médio prazo. A
vocação logística, por sua vez, reforça esse potencial atrativo.
Para
que as expectativas promissoras se confirmem, porém, são necessários
articulação e empenho dos políticos e da classe empresarial. Com quase 600 mil
habitantes e uma atividade econômica pujante, a Feira de Santana não pode mais
prescindir de um aeroporto entre seus equipamentos urbanos.
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