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Mostrando postagens de dezembro, 2015

O medo sufocou a esperança em 2015

                                              Arrisco sem medo de errar que, desde 1964, o Brasil não vive um momento político tão conturbado quanto agora, neste 2015 que finda dentro de duas semanas. O ano, a propósito, é tão singular que não vai acabar, prosseguindo por 2016. Afinal, a severa recessão em curso vai se estender, no mínimo, até o final do próximo ano. E a crise política cada vez mais se aprofunda, com um roteiro que desafia a criatividade de qualquer ficcionista. O último lance surpreendente foi o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) acatado pelo presidente da Câmara doa Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), justamente quando os rumores sobre o afastamento começavam a arrefecer.                 Lembro que, em 1992, participei de uma das passeatas pelo impeachment de Fernando Collor no centro da Feira de Santana. O então presidente, a exemplo de Dilma Rousseff, via-se às voltas com uma profunda crise econômica e ostentava índices de popular

Até outubro, 5,8 mil empregos extintos em Feira

                                                  Em artigo anterior afirmei que cerca de seis mil postos formais de trabalho seriam perdidos na Feira de Santana neste amargo 2015.  A estimativa – baseada em projeção linear simples, pouco mais sofisticada que um palpite –, pelo visto, será imprecisa, como sempre acontece em mensurações do gênero: até outubro, já tinham sido perdidos 5,8 mil vagas, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para ser preciso, o saldo foi negativo em exatas 5.815 vagas em dez meses. Isso faltando dois meses para o final do ano.                 O grande drama é que, no curto prazo – considerando-se aí um horizonte de 12 meses – o cenário não vai melhorar. É o que preveem múltiplas instituições financeiras, respeitáveis organismos multilaterais e órgãos do próprio governo. Em 2016, o Produto Interno Bruto – PIB deve registrar nova retração, certamente superior a 2%. Somando-se aos mais de 3% de queda em 2015, conclui-se que a situ

Brasileiro resgata o “Natal da lembrancinha”

                                 Desde o fim de outubro que as matérias sobre o Natal que se aproxima ocupam o noticiário. Ao contrário de anos anteriores – quando a orgia consumista dava o tom em cada reportagem – neste 2015 a crise tempera o noticiário sobre as festas de final de ano. O comedimento predomina e o apelo à prudência ganha tons didáticos. Não é para menos: as estimativas apontam para um recuo do Produto Interno Bruto – PIB próximo dos 3%. Para o próximo ano, as expectativas são igualmente desanimadoras: estima-se nova retração, que não deve ser inferior a 1%.                 Noutros tempos de crise – isso lá pelo final dos anos 1990 – ficou famoso o jargão “Natal da lembrancinha”. Isso porque, endividado e com dinheiro curto, o brasileiro não podia esbanjar, comprando presentes caros: quitar débitos acumulados ao longo do ano e poupar para robustecer uma módica poupança constituíam prioridades. É exatamente o que acontece hoje. Caso também falte criatividade, é prov