Arrisco sem medo de errar que, desde 1964, o Brasil não vive um momento político tão conturbado quanto agora, neste 2015 que finda dentro de duas semanas. O ano, a propósito, é tão singular que não vai acabar, prosseguindo por 2016. Afinal, a severa recessão em curso vai se estender, no mínimo, até o final do próximo ano. E a crise política cada vez mais se aprofunda, com um roteiro que desafia a criatividade de qualquer ficcionista. O último lance surpreendente foi o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) acatado pelo presidente da Câmara doa Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), justamente quando os rumores sobre o afastamento começavam a arrefecer. Lembro que, em 1992, participei de uma das passeatas pelo impeachment de Fernando Collor no centro da Feira de Santana. O então presidente, a exemplo de Dilma Rousseff, via-se às voltas com uma profunda crise econômica e ostentava índices de popular