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Mostrando postagens de junho, 2009

Notícias da Feira de Santana nos anos 30 (II)

Afirma o senso comum que o povo brasileiro não tem memória. No que se refere à conservação de informações estatísticas importantes sobre a História Brasileira, este raciocínio se confirma, principalmente em relação aos municípios. Feira de Santana, infelizmente, não foge a esta regra e as referências às décadas passadas, quase sempre, são relegadas à memória dos que as viveram. A década de 1930 (particularmente o intervalo entre 1931 e 1937) em parte constitui uma louvável exceção. Nela começou a se construir uma estatística com informações econômicas e sociais sobre a Bahia e seus municípios. Estes dados constam no Anuário Estatístico da Bahia publicado então. Através da leitura e da comparação, o leitor poderá acompanhar como evoluiu a Feira de Santana, que em contínua transformação, embora lenta, começava a ganhar as feições sob as quais a conhecemos hoje. A Feira de Santana em 1932 Embora não dispusesse de uma malha viária com a qualidade desejável (à exceção da Capital

O Restaurante Popular e o “Elefante Branco”

Quando a Prefeitura Municipal pretende inaugurar o Restaurante Popular no Centro de Abastecimento? Arrastando-se há anos, a obra corre o risco de cair no anedotário popular, assim como o Metrô de Salvador, que já completou dez aninhos. No primeiro Governo Lula os restaurantes populares espalharam-se Brasil afora, vendendo refeições ao valor simbólico de R$ 1,00. Muitas prefeituras – particularmente as de capitais como Salvador – aderiram à proposta que se tornou uma alternativa para os trabalhadores mais pobres. A saga do restaurante pintado de branco no Centro de Abastecimento começou com uma festiva notícia. Em 5 de julho de 2005, anunciava-se uma parceria entre a Prefeitura e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para a construção do espaço. Três meses depois, nova notícia: o acordo, envolvendo investimentos estimados em R$ 1,4 milhão, fora finalmente assinado em Brasília. A Lei Municipal 2.616, que instituiu o Plano Plurianual (PPA) 2006-2009 em 14 de ou

A Lagoa do “Geladinho”

Embora tardia, a iniciativa de revitalizar o que resta da lagoa existente no bairro Baraúnas, é ainda relevante. Devorada pelo aterramento para construções que foram se sucedendo ao longo dos anos, a “Lagoa do Geladinho”, como é mais conhecida, constitui parte da história da comunidade do seu entorno. A pusilanimidade com que as questões ambientais foram tratadas em Feira de Santana, frente a interesses econômicos diversos e à especulação imobiliária, condenou à extinção muitos mananciais desta cidade famosa por seus “olhos d’água”. Claudicante, o “Geladinho” resiste, sabe Deus até quando. Em 1985, a lagoa possuía um imenso espelho d’água na forma de um círculo quase perfeito. Havia quem pescasse ali e uns patos navegavam, com as cores de suas penas brancas contrastando vivamente com o verde encarnado da vegetação. Mais ao fundo, em direção à BR 116, havia uma vegetação mais densa que camuflava o espelho d’água. Nas ensolaradas tardes de sábado, cria

Notícias da Feira de Santana nos anos 30 (I)

Afirma o senso comum que o povo brasileiro não tem memória. No que se refere à conservação de informações estatísticas importantes sobre a História Brasileira, este raciocínio se confirma, principalmente em relação às cidades. Feira de Santana, infelizmente, não foge a esta regra e as referências às décadas passadas, quase sempre, são relegadas à memória dos que as viveram. A década de 1930 (particularmente o intervalo entre 1931 e 1937) em parte constitui uma louvável exceção. Nela começou a se construir uma estatística com informações econômicas e sociais sobre a Bahia e seus municípios. Estes dados constam no Anuário Estatístico da Bahia publicado então. Através da leitura e da comparação, o leitor poderá acompanhar como evoluiu a Feira de Santana, que em contínua transformação, embora lenta, começava a ganhar as feições sob as quais a conhecemos hoje. A Feira de Santana de 1931 No início de 1931, Feira de Santana ganhou um novo chefe

O povo da “Parochia de Sant’Anna da Feira” em 1872

Antes da Proclamação da República, quando o Brasil ainda era uma monarquia, não havia uma separação formal entre a Igreja Católica e o Estado. Desse modo, era comum que o Estado utilizasse referências administrativas formatadas pela instituição religiosa em suas ações. Assim, empregando as paróquias como referência, o Governo Imperial promoveu uma contagem da população no distante ano de 1872. Naquela oportunidade, a Feira de Santana como município não foi considerado para efeitos da contagem, prevalecendo como referência a “Parochia de Sant’Anna da Feira”. Na “Parochia de Sant’Anna da Feira” residiam exatas 7.979 almas em 1872. Havia mais homens que mulheres: 4.216 contra 3.763. A idade mais frequente da população era entre seis e 10 anos: 1.359 feirenses estavam nessa faixa etária. Somente 14 tinham mais de cem anos. Naqueles anos, o Brasil ainda vivia sob a chaga da escravidão. A população se distribuía entre quatro cores: “brancos”, “pardos”, “pretos” e “caboclos”. Os brancos e os