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Mostrando postagens de outubro, 2015

O cenário das eleições municipais de 2016

                                  As crises política e econômica que abalroaram Dilma Rousseff (PT) logo nos primeiros dias deste seu segundo mandato varreram do noticiário as especulações sobre a corrida sucessória nos municípios brasileiros, que acontece já em meados de 2016. Pudera: a debacle econômica, a infindável série de desastradas manobras políticas e a virulência de um segmento hidrófobo da oposição ocupam todas as manchetes desde os primeiros dias de janeiro. A própria permanência da presidente no cargo é um mistério que só vai se revelar, pelo visto, mais adiante.                   Apesar da bruma densa que encobre o cenário político, paradoxalmente algumas certezas já se descortinaram para o processo eleitoral do próximo ano, pelo menos na visão de quem frequenta os bastidores políticos. A mais óbvia delas é a provável desidratação eleitoral do Partido dos Trabalhadores, atingido em cheio pelas denúncias de corrupção na Petrobras.                 Na eleição munic

Desemprego e pobreza em alta e Bolsa Família em baixa

                 O desemprego é, certamente, a face mais cruel de uma crise econômica. Afinal, atinge justamente o segmento mais fragilizado da sociedade: a classe trabalhadora, que dispõe apenas de sua própria capacidade produtiva para assegurar a subsistência. Como todos sabem, desde meados de 2014 o Brasil mergulhou num ciclo recessivo, somado a uma intensa crise política – inclusive com uma renitente discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – que tende a se arrastar, na melhor das hipóteses, até meados de 2016. É o que apontam prognósticos de economistas e até de instituições do governo.                 Mais desemprego implica em exposição maior à pobreza. Quem perde o emprego e não dispõe de outras fontes de renda pode ver se elevar seu risco de insegurança alimentar. Isso para não mencionar a dificuldade de acesso a bens essenciais, como a educação, o transporte e o lazer. Fragilizadas, famílias inteiras precisam recorrer às políticas de transferênci

Cinco mil empregos a menos em apenas um ano

                                O desemprego voltou a crescer de forma alarmante nos meses de junho e julho em Feira de Santana. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, indicam que, desde janeiro, 4.375 empregos formais deixaram de existir no município. Somando-se aos 984 postos que encolheram ao longo de 2014, são mais de cinco mil empregos a menos num intervalo de apenas 12 meses. O setor mais atingido até aqui, conforme se previa, é o da construção civil. Mas a crise estendeu seus tentáculos diluindo vagas nos mais diversos setores, o que sinaliza para o caráter mais abrangente do seu alcance.                 Em julho registrou-se o mais elevado saldo de demissões no município: 1.246. No mês anterior, junho, houve o segundo maior: 1.223; nesses dois meses, foram 2.469 empregos formais a menos, entre admissões e demissões. Até maio, a crise vinha feroz, mas o saldo de demissões nunca ultrapassou os 700 postos mensais. É um sinal que a crise tende a ser mais severa do qu

Colapso reforça necessidade da discussão sobre o transporte público

                                 A profunda crise que aflige o transporte coletivo na Feira de Santana constitui uma oportunidade de ouro para se discutir o sistema no município e, quem sabe, avançar alguns passos em direção ao seu aprimoramento. Ao contrário do que alegaram as empresas, o imbróglio não é fruto de uma ínfima e transitória redução no valor da passagem – de R$ 2,50 para R$ 2,35 –, adotada sob a efervescência das manifestações de junho de 2013. Por outro lado, as empresas não são as únicas responsáveis, já que o sistema vem se deteriorando há vários anos, sob o olhar complacente de sucessivas administrações municipais.                  No noticiário, promete-se a redenção num intervalo curto: nos próximos meses, 270 ônibus novos – conforme se frisa com ênfase – estarão em circulação, atendendo os feirenses. Isso como resultado da licitação concluída há poucos dias. O detalhe – que não é um mero detalhe – é que a própria licitação não previa uma frota inteira de ôni