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Mostrando postagens de abril, 2015

Novela do transporte coletivo lembra filme de terror

                                Meses atrás, no início de janeiro, apontávamos 2015 como um ano crucial para a questão do transporte público na Feira de Santana. Os acontecimentos que se seguiram – encrencas judiciais relacionadas à nova licitação, manifestações contra a derrubada de quase 200 árvores para implantação do chamado BRT, queixas que se avolumam relacionadas aos serviços prestados pelas empresas – mostraram a extensão do drama e sinalizam que, pelo menos no médio prazo, as perspectivas de solução são desanimadoras.                 À exceção da propaganda em período de campanha eleitoral – que sempre pinta a realidade com tons róseos – ninguém, em sã consciência, enxerga virtudes no transporte público na Feira de Santana. Listar os problemas tornou-se ocioso, até enfadonho: veículos velhos e sujos; tarifa incompatível com a qualidade dos serviços; lotação em excesso; e longas esperas nos pontos constituem rotina e já não espantam.                 Nos últimos ano

Governo claudica e agenda conservadora se impõe

          As primeiras vozes reivindicando o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e, até mesmo, um golpe que recolocasse os militares no poder ecoaram em junho de 2013, no vácuo das manifestações que paralisaram as grandes capitais do país. As primeiras passeatas focavam um problema concreto – a elevação das tarifas do transporte público – e arrebataram, de início, a juventude de classe média mais à esquerda. Não demorou, todavia, para que uma insatisfação mais difusa contra a classe política ganhasse as ruas, com um vasto leque de reivindicações que incluíam até temas conservadores, como a redução da maioridade penal, a reforma do Código Penal e o próprio impeachment da presidente.                 Ano passado, em algumas capitais, meia-dúzia de saudosistas e um magote de aloprados foram às ruas celebrar os 50 anos do golpe e, mais uma vez, rogar às Forças Armadas que retomem o poder no muque. O grande motivo era um pitoresca ameaça comunista – que fervilha apenas em cabeças d

A emblemática visita de Dilma Rousseff

                Na quarta-feira a presidente Dilma Rousseff (PT) veio a Feira de Santana para inaugurar 920 unidades habitacionais no bairro Gabriela, o “Solar da Princesa” 3 e 4. A partir daqui, pretende deflagrar o ciclo de viagens que busca resgatar a popularidade perdida nesses primeiros dois meses de governo. Não deixou de ser uma visita surpreendente, já que até a sexta-feira passada ninguém havia noticiado a inauguração, nem a viagem. Há um ponto em comum entre essa visita e as anteriores: nelas, o objetivo foi inaugurar ou inspecionar obras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).                 Foi a partir da Feira de Santana, nas eleições de 2014, que Dilma Rousseff impulsionou sua campanha até a vitória final, realizando uma caminhada e um discurso com milhares de participantes. E, desde 2009, quando foi lançado, o MCMV é positivamente associado à figura da presidente. Tratou-se, portanto, de uma visita com acentuado sentido político.                 Pode-se

Futurologia econômica em tempos de crise

                             Desde meados do ano passado que a crise econômica ganhou lugar cativo no noticiário. Só perde para a incessante torrente de reportagens sobre a operação Lava Jato e a roubalheira na Petrobras. O cenário que se desenha no curto prazo não é nada animador: além da recessão – com todas as suas implicações sobre o aumento do desemprego e a queda no ritmo de investimentos – existe a inflação, que vai ganhando musculatura ao ritmo da elevação das tarifas públicas. Combinação tão perversa costuma, inclusive, ser rara na economia.                 A crise econômica, porém, não veio sozinha: soma-se à crise política que desarranjou a base governista no Congresso Nacional que, por sua vez, foi alvejado com os resultados da operação Lava Jato. A turbulência e a incerteza políticas contribuem para tornar ainda mais nebuloso o cenário econômico no curto prazo. Pior cenário, impossível.                 A conjunção de desarranjos vem dificultando, até mesmo, qu

Frota feirense quase triplicou em oito anos

                 Dados do Departamento Nacional de Trânsito – o Denatran – disponíveis no site do IBGE indicam que, em 2013, Feira de Santana tinha uma frota de exatos 213.947 veículos. Esse número incluía tudo: automóveis, motocicletas e motonetas, micro-ônibus, ônibus, tratores e demais veículos motorizados. Quando se considera que, à época, a população total bordejava os 600 mil habitantes, pode-se inferir que, em média, havia um veículo nas ruas para cada três feirenses. Mesmo com a recessão que se anunciou no segundo semestre de 2014, esse total, seguramente, já ultrapassou os 220 mil veículos.                 Motocicletas e motonetas impulsionam a corrida pela ampliação da frota feirense, embora a liderança pertença aos automóveis. Em 2013, eram 95,6 mil automóveis. As motos representavam 62,9 mil unidades e as motonetas, 15 mil. Somados, esses traiçoeiros veículos sobre duas rodas totalizam 78 mil unidades e, aos poucos, caminham para arrebatar a hegemonia dos automóvei