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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

A essência criativa do Carnaval de Salvador

                Exatamente no Carnaval em que o chamado Axé Music completa 30 anos, não se fala noutra coisa que não seja a revitalização da folia momesca em Salvador. As preocupações são justas: nos últimos anos, a festa baiana mergulhou em uma letárgica mesmice, enquanto os carnavais de Olinda, em Pernambuco, do Rio de Janeiro, e até de São Paulo, reinventaram-se, resgatando uma energia que a rotina e a previsibilidade arrefeceram.                 Embora a constatação seja quase unânime, as opiniões sobre o que deve ser feito são divergentes, até antagônicas, em alguns casos. Há quem atribua o declínio ao envelhecimento dos astros do Carnaval – muitos tornaram-se respeitáveis cinquentões – e à não renovação da constelação de estrelas; alguns enxergam culpa nos blocos outrora tão badalados e suas cordas excludentes; e há quem responsabilize os camarotes suntuosos e sua incontrolável sanha expansionista; outros defendem a desconcentração da folia, com mais palcos nos bairr

Oposição quer importar impeachment do Paraguai

                               Ainda bem que vem chegando o Carnaval. Não que eu seja movido por uma ânsia foliã: é que os cinco dias do reinado momesco vão representar uma trégua passageira no infindável terceiro turno das eleições presidenciais. Explique-se: findo o processo eleitoral e proclamado o resultado das urnas, a oposição mergulhou em uma espiral conspiratória, à cata de uma justificativa para o impeachment de Dilma Rousseff que, talvez, arrefeça um pouco durante o reinado do Momo.                   Primeiro, toscamente, contestou-se o resultado das urnas e o PSDB requereu uma auditoria visando apreciá-lo mais amiúde. Pelo visto, essa estratégia não rendeu o esperado. Depois, foi a vez de se contestar as contas da campanha presidencial: também sem efeito prático. O terceiro bote foi o questionamento da flexibilização do superávit primário – o que Fernando Henrique Cardoso também fez – igualmente sem resultado.                 A cada tentativa pairava, onipresente

Números da religião na Feira de Santana

Religião sempre foi tema espinhoso. Tanto que circula por aí uma máxima popular que lista três temas-tabu acerca dos quais é bom evitar discussão: política, futebol e – como é previsível – religião. Paradoxalmente, eventuais polêmicas em torno dos dois primeiros temas são compreensíveis: no futebol, centenas de equipes disputam a simpatia dos torcedores, pulverizando preferências e, por esta razão, despertando apaixonadas e inconclusivas discussões. A política, por sua vez, segue uma regra tautológica: se há governo, logo, há oposição. Mesmo minúscula ou lipoaspirada pelos encantos dos cofres públicos. Sendo assim, há debate e divergência. Na seara da religião, no entanto, diversidade é coisa recente no Brasil. É que, ao longo de séculos, a Igreja Católica exerceu monopólio quase exclusivo sobre corações e mentes daqueles que pleiteavam conexão com o divino. Logo, divergência era coisa isolada. Isso até aproximadamente meados do século XX, quando os brados exaltados dos past

Ciclo de geração de empregos chega ao fim em Feira

Semana passada apontamos para a possibilidade de, nos próximos meses, a Feira de Santana registrar decréscimo na oferta de postos formais de trabalho. Isso utilizando como base o intervalo entre janeiro e novembro de 2014, cujo saldo positivo, naquele período, era ínfimo: apenas 577 novas vagas. Pois bem: apurados os resultados para os 12 meses de 2014 – incluindo aí dezembro – os números do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) são bem mais negativos, já que houve declínio de 914 vagas. Conforme sinalizamos, tudo indicava que a construção civil registraria os números mais desfavoráveis, em função do arrefecimento do ciclo experimentado pelo setor nos últimos anos. Esse ciclo, a propósito, resultou em milhares de novos imóveis na Feira de Santana e no surgimento de bairros inteiros, sobretudo destinados à habitação popular, além, obviamente, dos milhares de empregos gerados. Em 2014 essa bonança foi interrompida: os trabalhadores mais afetados pelo desemprego foram justam

Mercado de trabalho feirense estagnou em 2014

                                                Os números ainda não são conclusivos porque os dados referentes ao mês de dezembro ainda não estão disponíveis no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Mas que a geração de empregos formais na Feira de Santana está em queda não restam dúvidas: nos onze primeiros meses de 2014, o saldo líquido foi de apenas 577 novas vagas. Alguns, mais otimistas, dirão que, pelo menos, não houve saldo negativo no intervalo, o que não deixa de ser verdade. Mas, olhando em perspectiva, verifica-se uma tendência preocupante no médio prazo.                 Considerando os últimos oito anos, 2014 foi o ano com o menor número de empregos formais gerados. Nos anos mais agudos da crise internacional (2008 e 2009) os resultados foram, curiosamente, bem melhores: 4,8 mil e 6,6 mil novas vagas, respectivamente. Isso considerando o intervalo entre janeiro e novembro, para manter o padrão de comparação com 2014.                 Os melhores desem