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Mostrando postagens de setembro, 2013

A ilusão das pirâmides

                      Nos primórdios da Internet, quando as contas de e-mail começavam a se afirmar como ferramenta de comunicação, os usuários costumavam se deparar com a praga virtual das correntes. Nas caixas de entrada pululavam mensagens compostas por sortilégios, profecias, maldições e ameaças veladas. Quem se atrevesse a romper as correntes, não repassando-as através de sua lista de e-mails, sofreria desgraças inimagináveis num futuro muito próximo.             Algumas correntes reivindicavam fins humanitários: quem as repassasse, estaria ajudando crianças doentes, idosos abandonados ou um leque amplo de desvalidos. Dizia-se que, simplesmente repassando o e-mail adiante, assegurava-se alguma remuneração para o infeliz cuja foto ilustrava a mensagem.             Os modismos virtuais, com vigência efêmera, logo são abandonados. Esse foi o destino das correntes: com o surgimento das redes sociais e de outras alternativas de entretenimento, internautas ociosos – ou ingê

O potencial da ferrovia Feira-Salvador

Desde o segundo semestre do ano passado diversas obras vem sendo anunciadas para a Feira de Santana. Embora a rapidez do anúncio seja muito superior à velocidade com que as obras são executadas, não deixam de trazer grande interesse para o município. Obra em andamento, de fato, existe a avenida Nóide Cerqueira, que vai interligar a avenida Getúlio Vargas à BR 324, contribuindo para desafogar o trânsito da região, sobretudo em parte da avenida Contorno. Nessa avenida, a propósito, finalmente avança a duplicação do seu trecho Sul. Outra intervenção essencial, mas cujo desenlace se arrasta, é no aeroporto. Quando concluída, e após iniciadas as operações, a obra vai provocar um impulso formidável na economia feirense, fortalecendo a vocação multimodal do município. As obras, à exceção da duplicação do Contorno Sul, vem sendo capitaneadas pelo Governo do Estado. A vocação multimodal da Feira de Santana só vai se confirmar, no entanto, quando o município interligar-se às ferrovi

Panorama Social da Feira de Santana

                                A noite de sábado foi agitada no centro da Feira de Santana: centenas de pessoas correram para as agências da Caixa Econômica Federal com o objetivo de sacar seus benefícios do Bolsa Família. O motivo? Um boato, de origem ainda indeterminada, que o programa estava acabando. Outro boato, igualmente inverídico, sinalizava para o pagamento de um bônus pelo Dia das Mães. A confusão se repetiu em pelo menos dez estados brasileiros, particularmente na região Nordeste. Há quem enxergue na confusão uma prévia da guerra suja que marcará as eleições presidenciais de 2014.                 A questão pode ser encarada sob outro ponto de vista: tudo que envolve o Bolsa Família desperta reações apaixonadas de entusiastas e adversários. Na Feira de Santana, 46,3 mil famílias são beneficiárias do programa. No total, aproximadamente 200 mil pessoas são beneficiárias diretas, o que representa mais de um terço da população feirense.                 Do total de

Panorama demográfico da Feira de Santana

Há muito tempo a Feira de Santana mergulhou numa discussão sobre o tamanho de sua população. Essa discussão, pouco fundamentada e movida por posicionamentos apaixonados, costuma menosprezar os dados censitários, abraçando projeções que só encontram amparo no sonho difuso de enxergar o município às raias de alcançar seu primeiro milhão de habitantes. Em 2010, estávamos distantes do sonhado – por alguns - primeiro milhão de habitantes: foram contabilizados 556 mil moradores, segundo levantamento do IBGE. Mas, ainda assim, a cidade segue crescendo mais que a Bahia. Entre 2000 e 2010 o município cresceu a uma taxa média de 1,47% ao ano. Esse número representa simplesmente o dobro da taxa do estado: 0,7%. O Brasil, por sua vez, cresceu 1,18%. A princípio, pode-se deduzir que a Feira de Santana cresce como desdobramento do fenômeno da elevação populacional das cidades médias brasileiras. Outro fenômeno convergente com o que se observa para o conjunto do país é o crescimento da p

Panorama da Economia Feirense

                Apesar dos problemas que a Feira de Santana vem enfrentando com a prolongada seca que se arrasta desde meados de 2011, o município vive um bom momento econômico. Isso quando se olha em perspectiva, entre os anos de 2005 e 2010, período em que a recente estiagem ainda não tinha começado. Em linhas gerais, o Brasil evoluiu bem no período e a Bahia também, mas a Feira de Santana tem desempenho melhor. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e representam valores correntes, sem descontar a inflação.                 Entre 2005 e 2010 o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas na Feira de Santana, deu um salto: cresceu 82%, passando de R$ 3,4 bilhões para R$ 6,3 bilhões. Isso representa mais que o desempenho da Bahia, cujo PIB se expandiu 50,8% no mesmo período. Com essa performance, a participação do município na economia do estado cresceu, passando de 3,84% para 4,64%.                 Parte do avanço se de